PRÓLOGO

“Você! Que está ouvindo a minha voz, conheço suas dores, observo suas fraquezas…você merece o que tenho… aceite este presente…um presente eterno… minhas palavras… o tempo nunca envelhecerá de sua memória, e você poderá guardá-las para sempre… intactas, sábio aquele que aplica-las em sua existência, eu sei teu nome… O que vou contar poucos entendem: A Fome pode mudar o homem, mas nunca mudará sua vontade. Somos prisioneiros do próprio corpo, mas livres sob a alma, existe um Deserto, entre o Céu e o Inferno, e lá vivenciei, a verdade humana, de fato o Sentido de toda a Vida.”

– HAVASHI

CAPÍTULO I

“Desolados no Deserto da Mentira, 4 almas vagam no purgatório em busca da condenação, seja queimar no abismo ou repousar no éden, assim compreenderam que de fato o que agoniza o homem não é a dor e o sofrimento, mas sim a incerteza do destino, incerteza de alcançar seus objetivos… as miragens do deserto te enganam, quantas vezes você se acorrentou em uma mentira?”

– HAVASHI

CAPÍTULO II

O passado é uma sentença presente, que muitas vezes inibe o homem de prosseguir sua jornada, a alma pode ser vendida, mas ela nunca será tomada por inteiro, o peso do corpo ficava cada vez mais intenso a cada passo, cada um sabia que se caíssem, nunca mais ficariam de pé, assim estariam ajoelhados eternamente, sem motivo… adorando o vazio… eles chegaram em frente a miragem, ao reconhecer o falso caminho, o véu caiu aos pés e por fim os 4 vagantes se encararam, olho no olho, como a morte espreita um doente… e o que foi revelado… um espelho fundo e sombrio, o reflexo de cada um, algo doentio e revelador, por isso caíram em pedaços, se ajoelharam diante de si, mas com as mãos entrelaçadas em seus ombros, por fim este ato serviu como base para se levantarem em meio ao deserto, um local sem apoio que permuta das cinzas de quem desistiu.

– HAVASHI

CAPÍTULO III

Rangeram se os dentes como Trombetas de Guerra, as lágrimas não eram de dor e muito menos de amor, vi a Tempestade do Deserto desviar curso dos 4 vagantes. O ódio emanava um combustível insano, voraz, fez com que cada um apreciasse o maldito peso de seus corpos, o peso do passado, Ódio virou Prazer, o Ódio se tornou novamente: Vontade de Viver.

– HAVASHI

CAPÍTULO IV

E assim eles vieram ao meu pranto, atravessando o Deserto da Mentira, me encarando como águias que observavam a caça, vieram a mim “Meu nome HAVASHI (A VERDADE), o que eu tenho aqui somente os Deuses procuram, esses são meus conselhos, a única coisa que transpõe junto a eternidade…

– HAVASHI

CAPÍTULO V

Assim os 4 vagantes mergulharam no Oasis… nos prazeres da carne… Desfrutaram da hospitalidade… descansaram em sua última noite, ainda buscavam suprir seus sentidos, com a superficialidade humana, confusa. O amor pelas formas mundanas era cego, muito pior que uma miragem, não há fundo, não há cor, não há nada e tudo ao mesmo tempo…

– HAVASHI

CAPÍTULO VI

Ah…Antes do sol, ouvia-se gritos insanos e alvorecidos se aproximando, milhares puderam ser vistos se emergindo ao horizonte como uma onda de carnificina, os 4 vagantes partiram para linha de frente acima de uma das infinitas dunas do Deserto… com o olhar sedento por sangue um dos vagantes aclamou um grito de guerra “Fiquem Fortes” e assim foi revelado que o exército inimigo se chamava “MUNDO”.

– HAVASHI

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